O caso acabou vindo à tona após comentários nas redes sociais, onde expõe um suposto assédio e abuso sexual contra uma adolescente de 15 anos de idade, estudante do Colégio Estadual Padre Antônio Vieira, na cidade de Engenheiro Beltrão. Um professor da instituição é acusado por uma aluna, de 15 anos, de cometer assédio seguido de abuso sexual. O caso mais grave teria ocorrido dentro da sala de aula, há cerca de 20 dias, quando o professor teria ficado sozinho no local e induzido a adolescente a ir ao seu encontro, quando teria praticado os abusos, revelou a aluna.
A reportagem da Coluna, no último sábado (09), foi até a cidade de Engenheiro Beltrão e conversou com o casal, Eder Camargo – Tião do lanche – e Jaqueline Silva. Antes de entrevistar o casal, a reportagem, ao lado dos pais e com o consentimento deles, conversou com a adolescente, que estava bastante abalada e confirmou as denúncias.
COMPORTAMENTO ESTRANHO DA FILHA
Segundo informações dos pais, eles perceberam que a filha, nos últimos 20 dias, começou a apresentar um comportamento deprimido dentro de casa e às vezes chorava. A menor dizia aos pais que estava tudo bem, mas que não queria mais ir ao colégio. Ela pedia para que os pais a transferissem para outro colégio, de uma cidade próxima.
Durante a entrevista, os pais da menina revelam que na última semana resolveram levar os filhos em uma lanchonete, em Peabiru, e foi quando a filha se sentiu à vontade para revelar o que estava sofrendo no Colégio. A jovem contou que vinha sendo assediada pelo professor, que enviava mensagens privadas através da rede social instagram, sempre com um duplo sentido, mas que ela achava que não passava de brincadeiras, já que em uma das ocasiões, no corredor do colégio, ao lado das amigas, disse em tom de brincadeira ao professor que tinha sonhado com ele, que no sonho ele lhe dava uma carona de moto. No outro dia, durante a madrugada, o professor enviou mensagem, por direct do instagram, afirmando a ela que também tinha sonhado com ela, mas que contaria o sonho quando ela tivesse 18 anos. A menina disse que só viu a mensagem no outro dia e que a partir disso percebeu que ele estava agindo com outras intenções e resolveu, após revelar o caso a uma amiga, contar tudo também aos pais.
Com as informações repassadas pela filha, o casal decidiu procurar a direção do Colégio e comunicaram o caso, mostrando inclusive vários prints de conversas do professor com a filha. As informações são de que a direção do Colégio estadual acolheu a família e tomou todas as providências cabíveis, repassando o caso ao Núcleo Regional de Educação (NRE). No mesmo dia o professor teria sido chamado na sala, junto com todos, e teria negado.
O casal também procurou a Delegacia de Polícia Civil de Engenheiro Beltrão, levou a filha e denunciou o professor.
DENÚNCIA DE ABUSO
Ainda segundo informações, durante o depoimento na delegacia, a menor acabou revelando o fato mais grave, que a família ainda não tinha conhecimento. Segundo relatos, durante um dia de recreação física no Colégio, o professor, por mensagem de aplicativo, teria a induzido a ir até a sala de aula para falar sobre uma gincana, e a estudante, ao chegar na sala, percebeu que só havia o professor no local. Em seguida, segundo informou a aluna, a porta teria sido fechada e novamente ele teria a assediado de forma mais incisiva, se aproximando da adolescente, a segurando pelos braços, beijando a boca da menina, que disse ter ficado paralisada. O professor ainda teria feito uma pergunta obscena, a surpreendendo quando teria tocado seu corpo. A jovem disse que durante esse curto tempo, ficou muito assustada e sem reação, sem acreditar no que estava acontecendo conseguiu afastar o professor e saiu rápido da sala.
A jovem disse que resolveu se abrir para uma amiga, e o caso acabou se espalhando para outros jovens, o que lhe causou muitos constrangimentos, já que alguns passaram a atacá-la, sem saber o que de verdade havia acontecido e que ela seria vítima de abuso.
Os pais da adolescente disseram ainda que a filha começou a apresentar sintomas depressivos e sem saber o que havia ocorrido, começaram a se preocupar, até que ela resolveu falar com eles e revelar o que havia sofrido.
Os relatos acima, que aconteceram na sala de aula, a jovem só contou quando chegou na Delegacia de Polícia Civil, em depoimento e na presença dos pais. (A reportagem da Coluna teve acesso ao Boletim de Ocorrência, através do casal).
Um inquérito policial está sendo instaurado e segundo informou o pai da adolescente, na tarde desta segunda-feira (11), o próprio Delegado de Polícia, Dr.Wagner Quintão, ouviu os relatos dos pais e da adolescente, em depoimento.
Após o caso vir à tona, segundo informou o pai da menina, outras jovens acabaram comentando nas redes sociais, afirmando que esta não seria a primeira vez. Uma outra jovem, revelou em contato com os pais da adolescente, que a mesma forma de assédio sofrido pela filha deles teria acontecido com ela há alguns anos e que essa jovem disse que também vai prestar depoimento à polícia.
O assunto acabou viralizando nas redes sociais, na cidade, e se tornou público, e outras jovens comentaram o caso
DIREÇÃO DO COLÉGIO
A reportagem entrou em contato, ainda no sábado (09), com a diretora do Colégio Estadual Padre Antônio Vieira, questionando sobre os relatos dos pais da estudante. A diretora disse que o caso foi levado ao conhecimento da direção da escola e que todas as providências foram adotadas.
A diretora disse que o Núcleo de Educação foi informado e que foi orientada de que todas as informações referentes ao caso são para que ninguém do Colégio se manifeste e que a orientação é que se fale com o setor de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (SEED), que já sabe do caso, e repassou o número para contato.
OUTRO LADO
A reportagem, até o final da tarde desta segunda-feira (11) não havia conseguido contato com o professor envolvido nas denúncias, ou sua defesa, mas está à disposição, caso queira se manifestar.
SEED
A reportagem da Coluna, nesta segunda-feira (11), entrou em contato com o setor de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (SEED), em Curitiba, e questionou o posicionamento da secretaria. A Seed enviou, à reportagem, uma Nota sobre o caso:
NOTA SEED AFASTA PROFESSOR DAS ATIVIDADES
“O Colégio Estadual Padre Antônio Vieira, ao tomar conhecimento da denúncia, deu início ao procedimento de apuração dos fatos e encaminhou os relatos à Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR). A secretaria determinou o afastamento do professor a partir desta segunda-feira (11) e instaurou sindicância, para dar prosseguimento à apuração”
ABAIXO ASSISTA A ENTREVISTA DOS PAIS DA MENOR
Fonte : Coluna do Rato